Durante depoimento no julgamento de quatro réus, entre eles dois filhos da ex-deputada Flordelis, acusada de encomendar a morte do marido Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Pendotiba, Niterói, a esposa de um filhos adotivos da ex-parlamentar, Luana Rangel Pimenta, esposa de Wagner Pimenta, ex-vereador por São Gonçalo, explicou sobre o que acontecia nos bastidores da família, além da personalidade e atitudes de Flordelis. O depoimento foi dado na 3ª vara criminal de Niterói, na tarde desta terça-feira (12).
Segundo Luana, a líder religiosa tinha uma personalidade marcante e que chegou a pedir para que todos os que sabiam da trama criminosa mentisse nos depoimentos dados à polícia durante as investigações.
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''Depois que eu soube da morte de Anderson do Carmo, recebi um telefonema da Flordelis que pedia para que eu falasse que o Flávio não estava na casa no momento do ocorrido, mas eu sabia que ele estava lá'', explicou.
O relato de Luana confirma o que disse o delegado Allan Duarte, que chefiou a investigação na delegacia de Homicídio de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). que acredita que a ex-pastora é a mandante do crime.
Ela tinha um poder de influência muito grande. Se não quisesse obedecer, era preciso estar longe Luana Rangel Pimenta, nora de Flordedlis
Ela também citou que havia uma grande divisão entre os familiares e que Flordelis tinha seus filhos prediletos que recebiam regalias. Os outros ficavam em segundo plano.
Quem a conhecia sabia que ela tinha seus filhos prediletos. Não era qualquer um que podia entrar no quarto dela Luana Rangel Pimenta, nora de Flordedlis
A respeito do comportamento do pastor Anderson do Carmo, ela reforçou que ele não parava de trabalhar e não se envolvia muito nessas questões. O líder era responsável por organizar a vida financeira da família e que também idolatrava a ex-deputada.
Luana e Wagner, que usava o nome de Misael da Flordelis, foram contrários em suas falas à versão da ex-deputada. Por conta disso, Luana contou que os dois já se sentiram ameaçados.
Wagner também deu depoimento nesta tarde e falou que a ex-deputada dizia frases misteriosas a respeito de Anderson, como se estivesse pressentindo a sua morte. Em determinado momento, ela teria chegado a dizer: ''Esse ano Deus vai levar ele''.